O papel do psicólogo no tratamento de obesidades

No dia 4 de março é comemorado o Dia Mundial da Obesidade, uma data voltada exclusivamente para educar e conscientizar a população sobre o tratamento dessa doença, que afeta, somente no Brasil, mais de 55% dos brasileiros.

Porém, apesar de frequentemente ouvirmos falar sobre o tratamento físico da obesidade, pouco se discute sobre os impactos emocionais e psicológicos. A obesidade é uma condição complexa e de origem multifatorial. Para cada pessoa, é necessário levar em conta seu contexto ambiental, social e genético. Assim, faz-se necessário utilizar diversas estratégias terapêuticas para seu controle: orientação médica, orientação nutricional, inclusão de atividade física, avaliação e acompanhamento psicoterapêutico.

Problemas emocionais e a obesidade

Os problemas emocionais são, geralmente, percebidos como consequência da obesidade. No entanto, questões psicológicas podem, na verdade, ser a causa principal do desenvolvimento dessa condição.

Depressão, ansiedade e transtornos de compulsão alimentar são sintomas comuns e devem ser avaliados por um psicólogo e/ou psiquiatra. Quando presentes e interferindo no controle da obesidade, deve-se considerar o tratamento com terapia e/ou medicação.

O psicoterapeuta tem o papel de ajudar o paciente a identificar padrões alimentares e instrumentalizá-lo nas mudanças de comportamento necessárias para adotar novos hábitos.

Imagem corporal na obesidade

Imagem corporal é a percepção individual que cada pessoa tem do seu corpo, bem como sua atitude em relação à própria aparência.

Sabemos que a preocupação com a imagem corporal é extremamente comum, especialmente entre mulheres. Pessoas com sobrepeso ou obesidade, em geral, são vistas como fisicamente não atraentes. Consequentemente, muitas delas não se sentem satisfeitas com sua aparência.

Nesse contexto, o psicoterapeuta tem o papel de fornecer informações sobre o impacto da imagem corporal no controle do peso, bem como no desenvolvimento e na manutenção de distorções relacionadas a essa imagem. Além disso, deve ajudar a identificar e gerenciar tais preocupações, encorajando o desenvolvimento de uma imagem corporal mais positiva.

Para finalizar, reforçamos: o psicoterapeuta e os demais profissionais de saúde que acompanham pacientes com obesidade devem auxiliá-los na adoção de hábitos mais saudáveis, por meio de ações que promovam saúde e bem-estar físico, mental e social. Ou seja, trata-se de um tratamento multidisciplinar com foco exclusivo no bem-estar integral do paciente.